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Eu sou silêncio

04 mar
Paisagem - Autor não Mencionado

Paisagem – Autor não Mencionado

Eu sou silêncio
Enquanto tudo grita dentro de mim.
Não há imagens,
Pois meus olhos enxergam o infinito.
Tudo é controverso,
Mas ainda assim,
De uma exatidão
Tão palmável quanto o prumo de um pedreiro.
Queria ser poeta
E assim poder revelar sentimentos…
Faço, se for, versos,
Contudo nunca me soube poeta.
Minha escrita é muitas vezes torpe,
Um nada atrás de outro,
Impreciso como uma adivinhação.
Muitos se queixam de minhas delongas,
Outros de minha “curteza”.
— A quem satisfarei?
Só satisfaço a mim mesmo
E à minha loucura.
Sou opróbrio de minha desventura,
A sarjeta da minha ignomínia,
O mais alto grau de tudo o que é vão.
Meus versos são pausas
Em minha imensa dor,
Pois fazem calar
E, assim, gritam o nó de minha garganta.
Sou como aranha,
Tecendo infindáveis redes,
Para assim pescar.
Ela? Alimento,
Eu? O imponderável.

S. Quimas

 
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Publicado por em março 4, 2016 em Poesia

 

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