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Tem hora que eu acordo

30 maio

Delacroix

Tem hora que eu acordo
E dentro das horas tudo isso se anuncia pesadelo.
Não sei se sonho, ou deveras estou lúcido,
A vida para mim não passa de imprecisão.
Uns me acham isso, outros aquilo,
E eu mesmo jamais me soube.
Não porque não tenha filosofado,
Não porque não tenha pensado,
Não porque tudo.
Só sei que o mundo
É um tão completo absurdo
E minha louca consciência,
Se é que a tenho,
Também assim o é.
Outro dia, não me lembro de muito bem,
Mas não vem ao caso falar disso.
Nem sei porque falei,
Acredito que apenas para prolongar
E em não falar,
Chamar a atenção.
Isso que faço não é poesia,
Às vezes um arremedo e estrofes,
Que são cobertas que cobrem
A mendicância de meus versos.
Sou esse perambulante de mundo e de estrelas.
Um nauseabundo das virtudes declaradas
E um inconteste contraditor
De todas as virtudes declaradas.
Quão pobre tenho sido nas falências de minha ética,
Essa uma peneira rompida,
Vazada de todos os sóis das absolutas verdades.
Carrego asas,
Apenas para sobreviver voos
Nos abismos a que se arremessa
Por completo minha alma.
Quem dirá de mim
Num futuro de inexistência.
Tu?
A cruz que te marcou
Para todo o sempre
Por teres lido
Estes versos.

S. Quimas

 
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Publicado por em maio 30, 2017 em Poesia

 

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